Para esquecer... ou para aprender? A época do Manchester United não correu nada bem e a final da Liga Europa, perdida para o Tottenham (1-0), esta quarta-feira, serviu para alimentar o pesadelo de Ruben Amorim, bem como de Bruno Fernandes e Diogo Dalot. Não é só um troféu europeu falhado, é também o 'adeus' à próxima edição da... Liga dos Campeões.
O estatuto de única equipa invencível nas provas da Europa caiu por terra em Bilbau, precisamente no jogo que ditou o grande vencedor, impossibilitando ainda o treinador ex-Sporting de 'imitar' o feito de José Mourinho, que garantiu a conquista da segunda maior competição europeia de clubes da UEFA precisamente na sua época de estreia (2016/17) pelos red devils.
Brennan Johnson começou por testar a atenção de André Onana, motivando a resposta praticamente imediata de Amad Diallo, mas seria mesmo o primeiro a festejar. Aos 42 minutos, num lance algo estranho, o avançado dos londrinos aproveitou um mau alívio de Luke Shaw e marcou aquele que seria o único golo da partida.
Sem alterações ao intervalo, Ruben Amorim partiu para cima do adversário, com sucessivas oportunidades junto da baliza de Vicario, desde as tentativas de Diallo e Leny Yoro às de Rasmus Hojlund, Bruno Fernandes e ainda o recém-entrado Alejandro Garnacho. A bola insistiu em não entrar e, já com Diogo Dalot (recuperado de lesão) em campo, Harry Maguire até chegou a fazer de ponta de lança, porém, o marcador no San Mamés não sofreu qualquer alteração.
Dessa forma, o Manchester United volta a acabar uma época sem títulos arrecadados, enquanto o Tottenham repete a conquista de uma prova que lhe fugia desde 1984.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Brennan Johnson acaba por ser, inevitavelmente, o grande herói de mais uma conquista europeia do Tottenham. Embora não tenha feito uma exibição por aí além, a verdade é que apontou o golo que decidiu o encontro, num timing amplamente oportuno, que deixou o adversário de rastos à beira do intervalo. Já no segundo tempo, o avançado recuou e ajudou a sua equipa no capítulo defensivo.
Surpresa
Guglielmo Vicario mostrou que pode ser mais do que um mero guarda-redes suplente da seleção de Itália. O guardião de 28 anos travou tudo o que havia para travar e foi mantendo a sua equipa na frente do marcador, acabando por ser decisivo na reta final com defesas que travaram o sonho do Manchester United em 'baralhar' as coisas nos derradeiros minutos.
Desilusão
Rasmus Hojlund teve apenas uma ocasião de golo durante todo o encontro e voltou a provar que está muito longe de ser uma espécie de 'Viktor Gyokeres 2.0' nas mãos de Ruben Amorim. Sem grande preponderância na frente de ataque, o avançado dinamarquês acabou por ser a primeira 'vítima' na hora das substituições, sendo rendido por Joshua Zirkzee, aos 71 minutos.
Treinadores
Ange Postecoglou soube como organizar as peças para voltar a derrotar o Manchester United, sobretudo pela abordagem mais pragmática no primeiro tempo. Assim que os spurs se colocaram a vencer, a estratégia ou a ser amplamente defensiva, fechando todas as portas e mais algumas ao 'desesperador' ataque dos red devils, acabando por ver a estabilidade defensiva a ser premiada.
Ruben Amorim considerou que a sua equipa foi superior ao adversário e não mentiu. No entanto, a insistência do Manchester United - nomeadamente quando se encontrava em desvantagem - não surtiu os efeitos desejados, sendo que as mudanças ficaram guardadas para os últimos 20 minutos. A pujança ofensiva até ou a ser outra, porém, mesmo com Maguire lá na frente, não deu para mais.
Árbitro
Felix Zwayer protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, relevando-se coerente na hora de apitar a grande maioria das faltas e de puxar dos cartões do bolso.
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